segunda-feira, 8 de junho de 2009

MORTE!

O avião Airbus A330 da Air France, com 228 pessoas a bordo, que desapareceu na madrugada de segunda-feira quando voava sobre o Atlântico e comoveu o mundo, trouxe à tona não apenas a discussão sobre a (in)segurança das aeronaves, mas também evidenciou a tragédia da morte.


O que se passou no íntimo dessas 228 pessoas nos 4 minutos finais desse vôo, tempo que dizem ter durado a pane que desintegrou a aeronave? O que se passa no coração dos familiares que ficaram sem a “dádiva” de se despedir concretamente de seus queridos?


Na verdade temos dificuldades para lidar com o tema, mesmo que morte seja assunto de cada dia, pois estima-se que morrem diariamente no mundo 148.272 pessoas.

Por que então tanta repercussão pelo desaparecimento de 228 pessoas? É que a morte não respeita fila. Colhe crianças, velhos, doentes, sadios, ricos, pobres, intelectuais, analfabetos, incrédulos, crentes. Se Jesus não voltar antes, ela vai nos colher também.

Nossa experiência de morte é sempre na morte dos outros, especialmente dos nossos queridos. Então um sentimento muito doloroso toma conta do nosso coração, misturado com temor (medo determinado) e angústia (medo indeterminado).

Há pelo menos dois posicionamentos característicos frente a morte: distância e proximidade. Distância é acreditar que a morte está longe de nós. Proximidade é quando a pessoa está morrendo. Para esses dois posicionamentos há uma palavra bem oportuna de Lutero registrada no seu sermão intitulado Preparação para a Morte. Ele diz que em vida devemos ter constantemente diante dos olhos a imagem da morte, do pecado e do inferno, (conforme diz o Sl 51.3: “Meus pecados estão sempre diante de mim”) e, frente a morte, devemos ter diante dos olhos apenas a vida, a graça e a salvação dadas por Cristo.


Quando nosso posicionamento frente a morte é de distância precisamos nos lembrar daquela fala de Jesus sobre o camponês que pretendia se refestelar com o resultado de sua colheita espetacular: “Louco, esta noite te pedirão a tua alma” (Lucas 12.20). Por isso, precisamos buscar o Senhor enquanto se pode achar (Isaías 55.6).


Quando nosso posicionamento frente a morte é de proximidade podemos nos lembrar daquele encontro de Jesus com Marta e Maria por ocasião da morte do irmão Lázaro. Ele garantiu: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá” (João 11.25).

Edgar Lemke

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